Até
mesmo cristãos piedosos podem cometer equívocos.
Augustus
Nicodemus
Não é de hoje que cristãos piedosos cometem enganos.
No ano de 388 d.C. Agostinho de Hipona (354-430), recém convertido ao
cristianismo, escreveu a obra "Sobre a Livre Escolha da Vontade", que
declara literalmente a existência da liberdade humana, a saber, o livre
arbítrio.
Só que mais tarde, no ano 397, em seu livro Confissões,
Agostinho volta atrás e demonstra através de sua história pessoal que o homem é
totalmente dependente e escravo de sua vontade pecaminosa, e só uma força
Divina pode influenciar e mudar este desejo pecaminoso.
Como já apresentado aqui, no dia 24 de julho de
2015, o Bispo Primaz da Igreja Cristã Nova Vida, Walter McAlister, publicou em
seu canal do youtube um vídeo com o título “O que é Teonomia?”, mas quando
questionado por diversos amigos e teólogos, voltou atrás, retirando o vídeo do
ar e prometendo uma resposta mais coerente. Ontem,dia 27 de julho, foi
publicado o vídeo revisado[1] sobre
Teonomia.
O Bispo começa o vídeo agradecendo aos teólogos e
jovens que estão sempre ao seu lado, observando sua teologia e em alguns
momentos examinando o seu conteúdo teológico.
O primeiro ponto que o Bispo aponta é o seguinte. Ele
afirma que a Teonomia é uma vertente dentro da visão pós-milenista.
É um tanto complicado fazer essa afirmação, pois a
Teonomia pode caminhar sem e com o pós-milenismo. Na verdade todos os cristãos
deveriam ser Teonomistas, inclusive que não são pós-milenistas.
Pois existem apenas dois pressupostos quando alguém
cria regras, normas ou leis civis.
O legislador no momento de criar as leis civis tem
como opção adotar a autonomia ou a teonomia. Ou legislamos a partir de uma
cosmovisão independente de Deus, ou legislamos a partir de uma cosmovisão
Divina, somente um néscio prefere os homens a Deus.
A cosmovisão autônoma é tão problemática, que sempre
estará manchada pelos efeitos noéticos da Queda. Já a cosmovisão Divina, sempre
nos irá trazer luz, plenitude e perfeição.
Na metade do vídeo, o Bispo faz uma distinção entre
leis permanentes, que seriam os dez mandamentos e lei levíticas, que não seriam
permanentes. A divisão correta para as leis do Antigo Testamento não é essa,
mas esta:
1 – Leis Civis – Representa a legislação dada por
Deus.
2 – Leis Religiosas ou Cerimoniais – Representam as
cerimônias que apontam para Cristo.
3 – Leis Morais – Representam a vontade de Deus para
com o homem, no que diz respeito ao seu comportamento e deveres principais.
As Leis Teonômicas então no primeiro grupo de leis
citadas acima, e não existe um texto bíblico claro dizendo que estas normas
foram abolidas, pelo contrário, como demonstrado no artigo anterior[2],
existem textos que confirmam a autenticidade delas no tempo presente.
Por fim, McAlister diz que os teonomistas são sabatistas.
Isso não é uma realidade teonômica. No Brasil, os teonomistas seguem aquilo que
os reformados ensinaram a observância do domingo[3].
Assim, é possível concluir que o Bispo McAlister
continua equivocado em relação a teonomia, mas isso não o desqualifica como
cristão.
Oremos para que ele possa mudar sua cosmovisão,
assim como Agostinho fez.
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